Classificação de Saint-Émilion

A princípio, a ideia da Classificação de Saint-Emilion era muito boa! Mas, desde o início, em 1955, nunca deixou de ser polêmica. 

Ela foi criada para ser uma competição entre as propriedades que seria renovada a cada 10 anos. A ideia é que o painel de jurados fosse independente, formado por especialistas que julgariam critérios pré-publicados, com grande peso para a degustação dos vinhos. O que faz sentido!

A mudança na Classificação de Saint-Émilion

Contudo, ao longo dos anos provou-se ser bastante controverso. O que, de fato, é importante – os vinhos – parece que deixou de ser. Uma onda de marketing tomou conta e acabou afastando do objetivo principal: terroir, vinho e história.

Quando ocorreu a última classificação, em 2012, houve uma profunda mudança na filosofia da classificação e novos critérios de avaliação foram definidos. Os fatores importantes mudaram de rumo, passaram a levar em consideração com maior peso:

• Notoriedade digital
• Número de menções na imprensa
• Colocação no mercado
• Infraestrutura turística

Com isso, o terroir e os esforços com a viticultura e vinificação perderam peso e foram reduzidos a cerca 15% da avaliação final.

Cenário atual em Saint-Émilion

O que parece é que como não houve sinais de mudanças para a classificação de 2022, as propriedades que estão se sentindo prejudicadas e tiveram coragem, começaram a se movimentar.

Afinal, qual foi o resultado? 

O anúncio de retirada de 2 Chateaux Premier Grand Cru Classé A de uma vez: Ausone e Cheval Blanc, em meados de 2021. Essas propriedades afirmaram que não mandarão o dossiê para concorrer a uma reclassificação neste ano.

Já em janeiro de 2022, foi a vez do Château Angelus declarar que também está fora. Não parou por aí: em junho, o Château La Gaffelière tornou-se o quarto Château da classe a desistir da classificação de Saint-Émilion.

Um outro lado…

Com a saída dessas importantes propriedades, é um fator interessante de se notar que o INAO (órgão responsável por reunir os dossiês das propriedades) recebeu mais propostas de propriedades candidatas para este ano do que em 2012. 

Algumas perguntas vêm à tona:

• Como o órgão vai administrar os possíveis novos entrantes?
• A classificação perderá mais força?
• Terá alguma forma de proteção da região? Ou seja, para continuar sendo destaque como produtora de grandes vinhos?

Vamos, então, aguardar como serão as cenas dos próximos capítulos.

Estude sobre Bordeaux!

Neste curso on-line abordamos a história envolvida nesta clássica Denominação de Origem do sudoeste da França, o que ajuda a entender por que Bordeaux se tornou berço de vinhos tão icônicos, com estilos que servem de inspiração em diversas partes do mundo.

Os conteúdos são em videoaulas que somam ao todo, aproximadamente, 45 minutos, além do material de apoio para o acompanhamento do curso, a possibilidade de impressão deste material, uma lista com sugestões de vinhos, bem como, um vídeo exclusivo com perguntas e respostas para testar o conhecimento do curso. Ao final do curso, você recebe a certificação Eno Cultura de conclusão do curso. Adquira aqui!

Já conhece o nosso Instagram? Siga a Eno Cultura!